quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

TRANSVERSALIZANDO A SEXUALIDADE



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INTRODUÇÃO: Há décadas que a escola vem se adaptando às mudanças sociais. Temas como Novas Tecnologias, Ética, Globalização e Sexualidade têm encontrado espaços nos diversos níveis de ensino sob a forma de discussões ou debates. Esta medida colabora paralelamente nas reflexões dos problemas que dificultam a aprendizagem e a inserção de nosso aluno (como cidadão) numa sociedade mais que moderna, respeitando valores, não fragmentada e sem preconceitos. Desta forma, os temas transversais como, Sexualidade e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) se fortalecem nas práticas de sala de aula, abrindo espaços para a motivação nos exercícios dos saberes. Consideraremos sexualidade as diversas formas, jeitos ou maneiras que as pessoas buscam para obter ou expressar prazer. É basicamente a busca do prazer humano em suas diversas formas. Sentir prazer é vivenciar a sua sexualidade. Como âncoras da atividade, enfatizaremos um vídeo didático e um álbum seriando imagens de doenças venéreas. Com isso, objetivamos conscientizar no aluno a importância do uso de contraceptivos, tanto para prevenir gravidez indesejada, como de doenças sexualmente transmissíveis e colaborar na construção ou formação crítica do aluno sobre a prática do aborto e suas conseqüências na sociedade, assim como em sua vida pessoal. METODOLOGIA: Com a participação de 30 alunos do 4º Ciclo da Escola VG em sala de vídeo de História da FUNESO-Olinda, este estudo de caso teve como ferramenta básica a participação do vídeo didático Uma vezinha só (15’), material que enfoca o dilema vivido pelo casal adolescente, Tininha e Gustavo, diante de uma gravidez totalmente inesperada, resultante da primeira e única relação amorosa, e de um álbum seriado contendo imagens de doenças venéreas para curta palestra (20’). Inicialmente, com utilização de gravador sobre conhecimento e críticas relativos ao uso do preservativo, perguntas foram respondidas livres e verbalmente pelos alunos, a prática do aborto e doenças venéreas; logo após, foi aplicado o vídeo didático; prosseguimos com uma mini-palestra sobre doenças sexualmente transmissíveis, seus sintomas, como adquirir, como prevenir e as mais comuns, utilizando o álbum seriado; ao final, aplicamos um instrumento escrito composto de cinco perguntas subjetivas, quatro idênticas às do início e individual. Foram classificadas as categorias das respostas, levantadas às intenções principais dos alunos, quanto às influências do vídeo e da palestra com o álbum seriado em suas novas respostas. Levantamento estatístico verificou a viabilidade dos recursos e estratégias aplicados no experimento.
RESULTADOS: Nas preliminares (sem vídeo e palestra) com os alunos, mesmo que no momento prazeroso e com muita paixão, parar para usar camisinha, só sensibilizou 20% dos sujeitos, e mesmo assim, só a metade destes salientou o risco contra a contaminação da AIDS e a gonorréia. Assistindo ao vídeo e a palestra, mais de 70% revelou que pausaria naquele momento para colocar a camisinha conscientizando-se da prevenção de doenças como, AIDS, gonorréia e sífilis, além da gravidez que poderia levar a um aborto e, conseqüentemente, um crime. Antes, 20% dos alunos praticariam o aborto. Assistindo ao vídeo, ainda 16% o fariam. Antes da palestra, menos de 50% e 1% dos alunos diziam que a AIDS e a gonorréia, respectivamente, seriam as doenças sexualmente transmissíveis comuns. Após a palestra, 100% lembraram da AIDS (ou HIV), 53% da gonorréia, 40% do cranco mole, 33% do herpes genital, 17% do linfogranuloma e 20% dos codilomas. A uretrite, candidíase e tricomoníase, apenas um aluno lembrou. Em relação ao aborto legal no Brasil, apenas duas alunas, na gravação preliminar, responderam que só em caso de risco de morte da mãe, seria permitido. Após a palestra, 17% repetiram esta resposta, além da má formação do feto, 87% citaram em caso de estupro e quatro alunos não responderam à pergunta.
CONCLUSÕES: A sexualidade tem se configurado um dos maiores problemas na adolescência dos alunos. A falta de estrutura familiar sem diálogo aberto entre pais e filhos, podem ser os motivos de carência percebidos de informações que refletem na sociedade alto índice de doenças sexualmente Transmissíveis, como também, comportamentos inadequados na pratica de abortos como se fossem puramente atos fisiológicos do dia-a-dia. A lei é muito clara no Brasil, e mesmo assim, pudemos perceber que, muitos adolescentes esclarecidos pela forte mídia que apresentamos, não foram capazes de mudar significativamente (20%, passou para 16%) sua posição quanto à prática do aborto, por aqueles que independem das circunstâncias, executarem tal ação. Por outro lado, o vídeo escolhido influenciou substancialmente na mudança de opinião, quanto ao uso da camisinha, mesmo nos momentos mais impulsivos de uma relação. A ajuda do álbum seriado na palestra, sobre imagens com DST, colaborou de forma memorável na identificação de doenças antes desconhecidas pelos alunos, enriquecendo sua formação escolar e desmistificando mitos do passado difíceis de serem vencidos. A prática de temas transversais como este, deixou clara a possibilidade de motivar alunos às soluções de problemas de interesse pessoal, mas também de cidadania.

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