Maria Cardoso
Isla Alves
Anderson Oliveira
Ayrla Bezerra
Walkíria Santiago
Adegundes Maciel
Ao Comitê da SBPC-62ª Reunião Anual-Natal-julho
Introdução: O mundo evoluiu e o homem vem procurando se adaptar às verdadeiras mudanças sociais. O comportamento competitivo do mercado à formação do cidadão e as novas tecnologias favorecendo a comunicação digital, tem proporcionado mudanças na Escola Fundamental e a postura de seu professor diante dessas necessidades. A prática tradicional perdeu o seu espaço na sala de aula e o aluno já percebeu que deve tomar uma nova postura. O laboratório de Informática, por exemplo, ajuda alunos a complementar um trabalho de campo, com informações virtuais e possibilita a confecções de mídia, folders, folhetos e outros, socializando experiências com outros colegas. Saímos um pouco da sala de aula e continuamos trabalho anterior objetivando, desta vez, calcular despesas mensais de animais em cativeiro em Zoológico de Recife, praticando Operações Fundamentais, cálculos com moedas, vida de animais silvestres, alimentação e necessidades, num processo interdisciplinar entre Matemática/Biologia em ambiente de Biodiversidade e produzir uma mídia para socializar os resultados na Escola. Até que ponto vale apena privar um animal longe de seu habitat a satisfazer interesses humanos? Supostamente por um motivo justo, poderíamos aceitar com limites, uma atitude animalesca como esta. Mas qual seria este limite?
Metodologia: A experiência foi realizada no “Parque Zoo-botânico de Dois Irmãos” – Recife com alunos do 3º Ciclo da Escola VG. Duas aulas foram suficientes para mostrar o projeto do evento, como de preenchimento de questionário in loco para confeccionar relatório dos animais. Lápis e cadernos, por grupo. Oitenta alunos distribuídos em dezessete equipes puderam escolher até três animais para pesquisa. Os melhores trabalhos foram publicados na escola sob painel de apresentação – Verde-emburrachado. Estes foram organizados em folhas de papel A4 e colados, na qual estariam: foto da espécie silvestre, textos científicos e de despesas (por cativeiro) e foto da equipe responsável. Uma máquina digital registrou cada passagem dos grupos. Dois professores, três estudantes do Curso de Matemática e um de Biologia da FAINTVISA-PE coordenou o evento durante quatro horas. Cada equipe entrevistou a nutricionista responsável pelos cativeiros do Horto. Os cálculos das despesas e alimentos de 14 entre os 17 silvestres escolhidos (3 faleceram) e relatórios foram trabalhados em sala de aula. Para complementar os trabalhos, cada equipe utilizou a Internet em laboratório de Informática da Escola para colher dados e informações científicas de cada animal e ser publicada em folders e painel a comunidade escolar.
Resultados: Das atividades proferidas ficou evidente, nos alunos, muita motivação para a realização das entrevistas. A curiosidade e a contextualização dos cálculos que tiveram de ser executados, trouxeram uma novidade especial para grande parte das equipes. O único problema ficou por conta da nutricionista que era apenas uma a dar conta de todas as informações. Ninguém mais estava autorizado, mas com compreensão, procuramos colaborar para que todas as equipes contemplassem seus objetivos. Nenhuma poderia repetir o animal.
Destacamos despesas: entre o solitário Leão e o Tigre Siberiano praticamente iguais (R$ 1.300,00/mês); o Hipopótamo, que despertou as crianças, impressionou com uma despesa de R$6.000,00/mês, mas foram convencidas pelo seu tamanho como de maior porte do Zoológico; a Arara Juba tem a metade das despesas em relação às Araras Azuis que, com R$ 71,00/mês já sobrevivem 18 anos em cativeiro, fato curioso aos alunos “um animal tão importante e pouca despesa”; a Hárpia solitária comoveu a todos com sua beleza e com tão pouca despesa (R$ 26,00/mês); o Topete, com 129, a Anta com 240 e o Urso com 730 reais/mês chamaram menos atenção que a Jibóia Albina que aferia apenas R$ 7,00/mês. “Acho que mamãe criaria uma jibóia, pois comeria menos que meu gato” – brincava um dos alunos.
Conclusão: Contextualizar na Biologia e na Matemática as Operações Fundamentais com moedas, não foi difícil. Difícil foi tentar mostrar às crianças dentro de uma Biodiversidade, a presença de cativeiros, onde mostramos os números, mas também, a amargura da prisão reprovada por todos. Já para os adolescentes, a compreensão de que aproximar os animais silvestres, nessas circunstâncias, até que nos ajuda a refletir, criticar, construir opinião, compreender, ou também educar para o sentido da liberdade da espécie para a natureza. A notícia de óbito (natural) da Onça, do Macaco Reshus e de um Rato, nos deixa dúvida por mais que provem o contrário, da forma a qual seria viver na prisão. Coletamos os dados e montamos uma mídia em mural de exposição na Escola. Nos folders-relatórios proferidos, acompanhamos as críticas dos alunos, mas não foi possível encontrar em qual limite um animal poderia viver em cativeiro sob prisão perpétua, como a nossa Onça que nasceu e morreu, e que nunca sentiu o prazer da liberdade. "Suprima o pedestal, de repente você estará ao nível das crianças. Você as verá não com olhos de pedagogos e chefes, mas com olhos de homens e crianças, e com este ato você reduzirá seguidamente a perigosa separação entre aluno e professor que existe na escola tradicional" (FREINET, 1977).
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